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Paraty e a natureza

  • Victoria Luís Ribeiro
  • 7 de jul. de 2016
  • 4 min de leitura

Locais como a Baía de Paraty possuem variações consideráveis de temperatura e salinidade na água se comparadas as regiões de mar aberto devido o aporte de água doce que essa baía recebe e pelas suas diferenciadas condições de circulação, o que altera sua constância de sais.

Estuários, Lagunas e Fiordes são alguns dos outros lugares específicos em que essas variações ocorrem, fazendo com que no interior da Baía de Ilha Grande a massa d'água apresente uma salinidade menor e uma temperatura maior do que na região de mar aberto.

O elevado índice pluviométrico anual, somado à descrição de fenômenos naturais e à oceanografia da região, faz da Baía de Paraty um dos ambientes aquáticos mais ricos em micronutrientes do Brasil, onde, os ambientes

marinhos do litoral de Paraty comportam-se como áreas de transição entre a terra e o mar, recebendo do continente toda a matéria orgânica proveniente da Serra do Mar, pelo desague dos rios e da produção dos

manguezais.

Nutrientes que provém das águas profundas do oceano são recebidos durante o verão (Água

Central do Atlântico Sul – ACAS), e afloram próximo à costa penetrando na Baía de Paraty pelo canal oeste da

Baía da Ilha Grande, o que causa o fenômeno da ressurgência que enriquece as águas costeiras.

A coloração esverdeada das águas de Paraty é devido a proliferação de algas unicelulares do grupo das euglenófitas (diatomáceas e dinoflagelados) no seu litoral; conhecidas também como euglenas, as euglenófitas se locomovem por meio de um flagelo e vivem principalmente em água doce, mas também em água salgada.

Um exemplo desse grupo de algas é a Euglena viridis, alga que possui o pigmento verde da clorofila, e que em grande escala dá uma coloração esverdeada para a água.

Por ter um solo raso e possuir grande quantidade de enseadas, penínsulas, pontas e ilhas, (que impedem a circulação de correntes marítimas e de ondulações maiores, condições essas que favorecem a diversidade de algas vermelhas) no interior da Baía de Paraty as coletas de rodofíceas apresentam uma menor variedade de espécies se comparadas as de mar aberto; uma vez que a presença de pigmento vermelho permite a estas algas sobreviver a maiores profundidades que as demais, uma vez que lhes permite absorver o comprimento de onda que penetra mais fundo nos oceanos.

O hidrodinamismo é um dos fatores que influenciam no estabelecimento de populações de algas, e no caso das feofíceas (algas pardas), ele funciona como fator limitante, não favorecendo o desenvolvimento dessas em regiões marinhas muito próximas aos manguezais.

Podemos ver que no hidrodinamismo as estações de mar aberto apresentam maior riqueza de espécies sobre as estações da Baía de Paraty, onde as rodofíceas predominam em relação às feofíceas e clorofíceas; já no interior da Baía, a estação da Ilha Comprida foi a que demonstrou maior riqueza e a estação próxima ao manguezal, foi a mais pobre em espécies, sobretudo pela inexistência de feofíceas.

Inúmeras atividades antrópicas acabam por comprometer a estrutura e funcionamento dos manguezais, algumas dessas atividades, como desmatamento, aterro, drenagem, assoreamento, extração de madeira, exploração da fauna e poluição são praticadas sob o pretexto de o mangue ser considerado uma área “economicamente improdutivas”; o que faz com que esses ecossistemas sejam frequentemente excluídos e degradados pelos programas estaduais, regionais e/ou nacionais de desenvolvimento.

Das atividades de maior impacto no mangue, pode-se observar a eliminação da vegetação em diversas áreas. A maior parte dessas agressões implica numa destruição de difícil reversibilidade, em decorrência dos posteriores desmatamentos e aterros necessários para o aproveitamento da área. A degradação dos ambientes costeiros expressa em fenômenos como: erosão, desmatamento, poluição, aterro e esgotos domésticos são as consequências mais notáveis dessa expansão.

O controle de qualidade das águas do mar e de sua temperatura, juntamente com o monitoramento da fauna e da flora marinha e do monitoramento radiológico operacional, são alguns dos bioindicadores monitorados pelos biólogos nas usinas nucleares de Angra dos Reis, responsáveis por revelar os impactos ambientais ocasionados pelos dejetos liberados por elas.

Programas de monitoramento são referências usadas para atestar a ausência ou a presença de impactos ambientais nas usinas. Amostras são coletadas e analisadas regularmente desde antes do início da entrada em operação de Angra 1 em 1982. Isto permite que os técnicos da Eletrobras Eletronuclear possam comparar os dados obtidos nestes mais de trinta anos de monitoração. O controle de qualidade das análises é realizado através de programas de intercomparação mantidos pela Agência Internacional de Energia Atômica, pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e pelo Instituto de Radioproteção e Dosimetria, da Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Entre as usinas de fontes não renováveis, as melhores são as nucleares e gás natural, visando as restrições de reservas nacionais de outros combustíveis fósseis e a presença de significativas reservas de gás natural e urânio. Usinas nucleares, além de não apresentarem alto custo e garantirem boa eficiência, são capazes de reduzir a emissão de poluentes no ar, e consequentemente a diminuição do efeito estufa.

Apesar de todos os “benefícios” gerados pelas usinas nucleares, a geração de energia a partir de combustível nuclear pode apresentar um grande perigo para as pessoas e para o ambiente., demandando um maior investimento público e gerando mais poluentes quando comparada às energias renováveis (que por mais que não sejam muito eficientes, se bem investidas podem ser muito positivas).

O investimento ou não em usinas nucleares é um assunto que ainda deve ser muito debatido e estudado por profissionais nessas áreas, analisando-se sempre os prós e contras e pensando sempre no melhor para o nosso país e para o planeta Terra.

 
 
 

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